sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Trilhas Pelo Mundo 9


Trilogia Millenium - Stieg Larsson

Resolvi falar sobre essa trilogia aqui na coluna porque ela é boa demais para ser ignorada. E o autor da vez é Sueco.


Karl Stig-Erland Larsson: (1954 – 2004) Foi um sueco jornalista e escritor que se destacou por causa de sua trilogia lançada postumamente: A Trilogia Millenium. Ele viveu na cidade de Estocolmo e pesquisou sobre extremismo político em seu país. Sua morte se deu de forma curiosa, pois estava à frente de uma revista chamada Expo e, já que o elevador do local estava quebrado, subiu sete lances de escada e teve um ataque cardíaco provavelmente pelo esforço. Houve rumores sobre um possível assassinato, já que o autor recebia ameaças de morte devido a seu trabalho denunciando neofascistas, racistas e etc, mas a hipótese foi descartada.




Livros: 
1- Os Homens que não Amavam as Mulheres
2- A Menina que Brincava com Fogo
3- A Rainha do Castelo de Ar
Autor: Stieg Larsson
Editora: Cia das Letras
Tradutor:  Livro1- Paulo Neves, Livros 2 e 3-Dorothée de Bruchard
Páginas: Livro1-522, 2-608, 3-688

Sinopse do livro um: Os homens que não amavam as mulheres é um enigma a portas fechadas - passa-se na circunvizinhança de uma ilha. Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o velho patriarca do clã, recebe uma flor emoldurada - o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer. Ou ser morta. Pois Henrik está convencido de que ela foi assassinada. E que um Vanger a matou.
Quase quarenta anos depois o industrial contrata o jornalista Mikael Blomkvist para conduzir uma investigação particular. Mikael, que acabara de ser condenado por difamação contra o financista Wennerström, preocupa-se com a crise de credibilidade que atinge sua revista, a Millennium. Henrik lhe oferece proteção para a Millennium e provas contra Wennerström, se o jornalista consentir em investigar o assassinato de Harriet. Mikael descobre que suas inquirições não são bem-vindas pela família Vanger. E que muitos querem vê-lo pelas costas. De preferência, morto. Com o auxílio de Lisbeth Salander, que conta com uma mente infatigável para a busca de dados - de preferência, os mais sórdidos -, ele logo percebe que a trilha de segredos e perversidades do clã industrial recua até muito antes do desaparecimento ou morte de Harriet. E segue até muito depois.... até um momento presente, desconfortavelmente presente.

Minha Opinião: Preciso dizer: LEIAM. Eu também inicialmente não me interessei pela sinopse, nem pelas capas, nem pelas recomendações dizendo que era muito bom. Procrastinei a leitura até comprar a trilogia completa e agora que terminei a leitura posso dizer que os livros valem muito a pena. Lamento pelo autor ter falecido antes de poder escrever mais livros e nos deleitar com sua trama mirabolante e personagens marcantes. Mas estes três livros deixados já valem ouro.

As semelhanças do autor com o personagem Mikael Blomkvist, jornalista da revista Millenium são muitas. A ponto de eu me perguntar o quanto do livro foi autobiográfico. Mas quem rouba a cena não é ele e sim Lisbeth Salander, que tornou-se minha personagem feminina favorita de todos os tempos.

Olhando para tudo o que foi dito nos livros, os mistérios desvendados e as matérias escritas para a Millenium, posso dizer que o tema central desta trilogia é "os homens que não amavam as mulheres" pois em cada um dos livros vemos situações que remetem a ele. Temos claramente a opinião do autor quanto a isso e a forma livre com que ele encara o mundo, sem se importar com homossexualidade, diferenças de idade em relacionamentos, casamentos abertos e etc. 

As capas dos três livros ilustram a maneira que a trama é apresentada: primeiro vemos um início de fogo, depois ele se alastra até certo ponto e então tudo é incendiado. 
O primeiro livro é sobre a investigação que Mikael está fazendo sobre um suposto crime cometido há quase quarenta anos enquanto Lisbeth continua com seus problemas e trabalho na Milton Security. Confesso que quando a Lisbeth se vê em uma situação terrível e aparentemente sem saída, fiquei chocada e pensei que ela não conseguiria se libertar, que seria a vítima perfeita devido a seu estado mental (Lisbeth não é retardada como alguns acham no livro, ela tem provavelmente a síndrome de Aspenger, porém por motivos pessoais - e muito relevantes - nunca desmente o que acham dela) e que eu não iria gostar da história, pois detesto ver mulheres sofrendo abusos. Mas tive uma grande surpresa com ela, pois vítima foi exatamente o que ela não se tornou. Isso fez com que eu continuasse a leitura até o fim, mesmo que o primeiro livro não estivesse lá tão interessante, pois ele é meio parado. Mas é um livro introdutório para a verdadeira trama que se desencadeia devido a fotos que ocorrem nele.

No segundo livro já temos a consequência de algo que ocorre no primeiro e vamos aos poucos vendo o grande iceberg que está por baixo d´água e que vai se revelar totalmente somente no último livro. Aqui o foco fica maior em Lisbeth que em Mikael e entendemos um pouco mais o que se passou com ela para que se tornasse quem é hoje e fizesse as coisas do seu jeito, sem respeitar autoridades. 
No terceiro livro finalmente temos o desfecho satisfatório da trama. Stieg Larsson gosta de dar finais grandes e bem definidos pra seus livros, menos para o segundo A Menina Que Brincava Com Fogo, pois este termina em um momento crucial. 

Sem dar detalhes da trama fica difícil mostrar o porquê de essa trilogia ser tão boa, tão bem escrita. O autor nos informa vários fatos cotidianos sobre violência contra a mulher, crimes políticos, abuso de poder e outros que não são ficção. O caso de Lisbeth pode não ter acontecido de verdade, mas outros parecidos aconteceram e não tiveram um final tão feliz quanto o dela. 

Eu sou uma apaixonada por finais felizes em que todos os detalhes sejam esclarecidos e é isso o que acontece na Trilogia Millenium. O autor nos deixa chocados com as atrocidades durante o livro mas no fim o bem sempre vence. Às vezes não da maneira tradicional; mas não tem problema, porque o mal também não joga limpo.

Até a próxima o/
Fran.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

** Obrigada pelo comentário. Seja sempre bem-vindo (a) !! **
Obs: Comentários anônimos serão deletados.