Querido John

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014


Como escrever uma coluna sobre livros e filmes e não mencionar Nicholas Sparks?
Impossível, não?

Sempre que eu me deparo com um lançamento deste autor, a frase que me vem à cabeça é da música de Tom Jobim: "eu sei e você sabe que a distância não existe. Que todo grande amor, só é bem grande se for triste".

Assim é o bom e velho Nick. Embora seja um autor previsível, também é sensível e sabe como lacrimejar os olhos mais secos. E Hollywood que não é boba nem nada já enxergou esse potencial para comover multidões. Caixas registradoras façam ding ding! $$$

Querido John é uma história que cumpre bem sua promessa: um amor bem grande e bem triste. Assim: garoto militar conhece garota perfeita na sua licença, se apaixonam intensamente mas ele precisa partir. O amor se fortalece por cartas, ele volta, eles juram fidelidade contudo ele precisa voltar ao Afeganistão. E é lá que ele recebe uma carta de despedida.

Não sei dizer o que eu achei da história em si, talvez porque eu odeie tanto a Savannah que ela turva meu julgamento. Sim, isso mesmo, eu ODEIO a mocinha. Sabe aquelas pessoas metidas a santa que parecem verdadeiras aparições e que não lembram em nada seres humanos? E sabe quando essas sonsas revolvem fazer uma m#$@ muito grande e depois ficam chorosas e melancólicas? Assim é ela, tanto no livro quanto no filme.


O que mais me agradou no livro foi que o peso das decisões um tanto quanto aventadas da Savannah tiveram consequências em seu futuro. Ela envelheceu antes da hora, endureceu e criou hábitos viciosos (ou seja viveu o arrependimento), ao passo que no filme... Ela continuou sendo a vítima (etérea e tola)! Só que não! Ponto para o livro.

No entanto, quanto ao John, que no filme foi lá e confrontou o amor de sua vida, querendo explicações e sendo humano, já no livro foi de uma abnegação irritante que contribuiu e muito para o final melancólico.


E é claro, que na adaptação para as telonas, o final foi mais esperançoso. Ao passo que quando fechei o livro me sentia socada no estômago, tipo: cara, é isso? Vai acabar assim? O que é bom, porque faz você ficar refletindo na leitura. Me coloquei no lugar dos dois umas vinte vezes e reescrevi as decisões deles milhões de vezes na minha cabeça.

No fim das contas, não se trata de nenhuma história inesquecível, nem para o cinema, tampouco para a literatura. Mas ambos valem ser prestigiados, pois te fazem refletir sobre o poder das palavras depois de lançadas. Neste caso, escritas.

Feliz 2014!

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