Três Metros Acima do Céu/ Paixão Sem Limites

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Está lá, no mármore frio, tão azul quanto os seus olhos, do jeito que ela sempre desejou. Seu coração começa a bater acelerado. Por um momento, acha que todos podem ouvi-la, que todos podem ler aquela frase, justamente como ela está fazendo agora. E, lá em cima, inalcançável, onde só os amantes podem chegar, está escrito: Eu e vocêTrês metros acima do céu."


Hoje é dia de resenha latina!

O livro de Federico Moccia me surpreendeu tanto, de uma maneira totalmente inesperada que até agora estou procurando saber onde está meu coração!

Confesso que comecei a leitura com bastante preconceito, pois cometi o grave erro de pesquisar sobre o autor e a obra, e olha o que li:

“Federico Moccia é um autor prolixo, com uma escrita confusa em terceira pessoa, alternando passado e presente na mesma narração.”

“Três Metros Acima do Céu é uma obra triste, que terminou sem um final almejado, levando milhões de leitores a esperarem ansiosos por uma sequência. Que por sinal, foi escrita anos depois e acarretou uma enxovalhada de reclamações, pois o desejado Happy End não ocorreu exatamente como esperavam.”

Enfim... Mesmo assim o título me fisgou (sim sou dessas que gamo em títulos misteriosos), a capa era muito fofa e a sinopse era charmosa. Ignorei meus preconceitos e mergulhei na leitura. Resultado: sensacional!

O fato de eu ter mais de trinta anos enquanto as personagens tinham 17/18 facilitou meu entendimento do que o autor quis nos mostrar nesta história. Ela não é sobre amor eterno, nem sobre amores impossíveis superando barreiras socais, culturais etc.

É sobre a visão apaixonada e irrefletida que temos quando somos jovens. Obviamente houve milhões de reclamações do fim nada semelhante a conto de fadas, afinal a maioria dos leitores de Três Metros Acima do Céu eram adolescentes e portanto sentiram na carne a dor de um amor que não deu tão certo.

Por outro lado, se uma pessoa madura (leia-se mais velha, vivida) ler, ela ficará com uma sensação nostálgica lembrando daquele primeiro amor, tolo, que a fez desafiar os pais, tirar nota baixa, perder o foco na construção da vida adulta. E sejamos sinceros, esses amores passam! Geralmente são motivados por um turbilhão de hormônios e coisas que no momento fazem todo sentido como: ele é lindo, ele tem uma moto. Ela é proibida, ela é virgem… Depois com a compreensão de quem realmente somos, percebemos quão frágil são estes sentimentos para suster uma vida inteira de relacionamento. Já dizia minha avó, case-se com alguém com quem você gosta de conversar, com quem você tenha comunhão.



Step e Babi eram polos opostos, atraídos como moscas pela luz, por uma sensação intensa de atração física. Eventualmente as diferenças e desilusões ficam maiores que as paixões ardentes e o livro é sobre isso, deixar de viver em negação e aceitar que às vezes na vida, principalmente sendo tão jovens, há diferenças irreconciliáveis.

Achei muito tocante a maneira poética e charmosa que Federico nos propõe esta reflexão. O que nos leva a segunda parte deste resenha: o filme Paixão Sem Limites.

Diferente da obra literária que é sensível, o filme é extremamente simplista, a iluminação ruim e o figurino deplorável me fizeram imaginar que se tratava de um episódio perdido da novela Rebeldes, sério mesmo! Até o título que é extremamente importante para a história foi trocado por um clichê cafona. Uma pena!

Vou dar o mérito do roteiro ter sido bem fiel ao livro, mas nem isso conseguiu salvar uma produção descuidada e uma direção descomprometida. Só posso concluir que o filme atingiu alguma visibilidade por ser derivado de 3MAC e por ter um casal de protagonistas bonitos, o que agrada bastante o público.

Outra coisa que me deixou bastante decepcionada foi o fato da história que se passava em Roma na literatura ser retratada em Barcelona no filme, senti falta das vespas e do clima italiano, ah e é claro que mudar o nome do protagonista de Stephano para Hugo me causou enorme estranhamento, pois eu já desenvolvera uma afinidade com a personagem e seu nome.

E para quem acha que filme espanhol é sinônimo de Almodovar, como eu, também ficará bastante decepcionado.

Quer uma dica?
Leia o livro e dispense o filme.
:)

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