Jean Cocteau

quinta-feira, 30 de outubro de 2014
                                 

 
     Jean Cocteau viveu entre 5 de Julho de 1889 e 11 de Outubro de 1963. Ele foi um poeta, romancista, designer, dramaturgo, ator e artista de teatro. Nascido na França, numa pequena vila próxima a Paris, Jean Cocteau foi um dos mais talentosos e completos artistas do século XX, visto que atuou como diretor de cinema, poeta, escritor, pintor, dramaturgo, cenógrafo, ator e escultor. Em 1955, Cocteau foi eleito membro da Académie Française (Academia Francesa) e da Académie Royale de Belgique.
       Ele era filho de Georges Cocteau e de Eugénie Lecomte. O seu pai exercia advocacia além de ser pintor, suicidando-se quando Jean Cocteau tinha apenas 9 anos de idade. Jean começou a escrever aos 10 anos, e, aos 16 anos, publicou suas primeiras poesias, um ano depois de abandonar a casa da família.
               

        Embora ele fosse destaque em todas as áreas artísticas e literárias, Jean Cocteau insistia que era essencialmente um poeta, sendo toda a sua obra poesia independentemente da forma. Aos 19 anos, em 1908, publicou o seu primeiro livro de poesia, La Lampe d'Aladin. Seu segundo livro foi Le prince frivole (O Príncipe Frívolo). Cocteau teve amigos famosos como Édith Piaf e Pablo Picasso. Lutou contra o seu vício por ópio durante toda a vida adulta e declarou abertamente a sua homossexualidade, publicando, inclusive, vários ensaios criticando a homofobia.
               

         
          Jean Cocteau foi um grande cineasta, dirigindo filmes como: L'Éternel Retour,"O Eterno Retorno" de 1943,  La Belle et la Bête ,"A Bela e a Fera de 1946 e Orphée, "Orfeu" de 1949. A Bela e a Fera, filme francês em preto e branco dirigido por Cocteau é um dos filmes mais belos e artísticos que eu já vi além de ter uma fotografia linda. É poético como tudo que Jean Cocteau fez.

Confira o que Jean Cocteau escreveu sobre a poesia:

"A Invisibilidade é a Condição para a Elegância        

Parece-me que a invisibilidade é a condição para a elegância. A elegância acaba se for notada. Sendo a poesia a elegância por excelência, não sabe ser visível. Então, para que serve?, dir-me-eis. Para nada. Quem a vê? Ninguém. O que a não impede de ser um atentado contra o pudor, e apesar de o seu exibicionismo se exercer entre os cegos. Contenta-se em exprimir uma moral particular. Depois, esta moral particular solta-se sob a forma de obra. Exige que a deixem viver a sua vida. Faz-se pretexto para imensos mal-entendidos que se chamam a glória. A glória é absurda por resultar de um ajuntamento. A multidão cerca um acidente, conta-o a si mesma, inventa-o, perturba-o até se transformar noutro. O belo resulta sempre de um acidente. De uma quebra brutal entre hábitos adquiridos e hábitos a adquirir. Derrota, nauseia. Chega a causar horror. Quando o novo hábito for adquirido, o acidente deixará de ser acidente. Far-se-á clássico e perderá a virtude de choque. Por isso uma obra nunca é compreendida. É admitida. Se não me engano, a observação pertence a Eugène Delacroix: «Nunca se é compreendido, é-se admitido». Matisse repete com frequência esta frase. "

Jean Cocteau, in 'Visão Invisível'


Abaixo segue um poema que escrevi chamado "Lágrimas de Diamante", inspirado no filme La Belle et La Bête de Jean Cocteu, onde a personagem Bela chora lágrimas de Diamante em uma cena bela e poética. Fiz um poema-vídeo, utilizando cenas do filme ao som da música "Clair de Lune" de Debussy.







Ótima semana a todos!

Abraços,

Taty Casarino.

http://tatycasarino.blogspot.com.br/

 

Resenha: O Coração de Salatiel

segunda-feira, 27 de outubro de 2014
O Coração de Salatiel



Autora: Kézia Lôbo
Editora: Dracaena
Número de páginas: 260

Este livro faz tempinho que eu queria muitooo!!!
Começo falando da capa maravilhosa, a capa é muito linda, muito bem trabalhada, que segundo informações do livro, foi feita por André Siqueira.

A história:
Lugares onde há reis, magos, mistérios e onde cada elemento da natureza : terra, ar, fogo, água são mais do que elementos da Terra, são também dons, são forças que só alguns humanos possuem...

A personagem principal é a Lenora, que acaba de fazer 18 anos, ela mora com um tio e um primo em uma fazenda.
Onde moram é tranquilo, porém, há lugares em que a tirania do rei esta trazendo tristezas, horror.

Porém tudo muda na vida tranquila de Lenora quando ela faz 18 anos. Neste dia o tio dela, dá a ela um presente, que a mãe dela pede para ele entregar assim que ela fizesse 18 anos. O presente é lindo , é uma jóia. Mas Lenora não sabe o que é exatamente aquela jóia. Mas algo acontece quando ela recebe e usa essa jóia...

Confusa vai caminhar sem notar a distância da casa da fazenda, na volta ela vê que a paz terminou na vida dela...algo acontece e ela se vê obrigada a ir embora dali.

Mas ela não conhece o mundo, não conhece nada, para onde ir? O que fazer? Lenora tem um dom...dom do elemento ar, e ela não tem a mínima idéia porque tem esse "dom", e nem sabe o que fazer com ele.

No caminho ela encontra um mago, que é cego...o encontro deles no início é tenso, mas depois tudo vira amizade. E depois deste encontro eles sabem mais ou menos que direção tomar, sim, porque o mago a acompanha na jornada que nem ela sabe para onde que está a levando.

Após algumas aventuras e perigos que enfrentam, eles ganham mais um companheiro de viagem...um guerreiro fracassado...este guerreiro não tendo mais nada a perder na vida, acompanha a dupla. Opa, mas aqui, Lenora se obriga a usar seu dom do ar...os perigos aumentam...cada vez mais...e agora ela sabe para onde deve ir: destruir o rei tirano...mas essa destruição tem um porque, o motivo? Hum....algo relacionado com o presente de aniversário dela.

O início da jornada , agora, esclarecida, é calmo...até quem surge mais um humano que quase se dá mal nas mãos desse trio. Mas, vendo que todos são do bem, se une...agora são 4, 4 pessoas para salvar o mundo.

E agora é só aventura, magias, muitas coisas acontecem até que chegam em um lugar...talvez proibido, talvez perigoso...mas passando os limites do perigo eles descobrem seres  mágicos...e no mundo desses seres, dúvidas são esclarecidas e eles treinados para a batalha com o rei. A história podia acabar aí que estaria perfeita....é tão linda essa parte do livro, dá vontade de "pular" para este mundo..., porém há um reizinho que está infernizando a vida das pessoas inocentes...

Quando eles saem desse mundo mágico, os perigos, armadilhas e batalha com o rei acontece.  E mesmo no fim do livro, uma revelação é feita , algo que Lenora nunca imaginara...algo que explica um detalhe de todo o livro...

Amiguinhos: este livro é daqueles que você se não sentir sono, fome, ou não tiver que trabalhar ou fazer outra tarefa igualmente importante, você só larga quando acaba.

Os capítulo são super bem escritos, a ligação entre um capítulo e outro do livro é perfeita, não deixa assuntos pendentes, não há valhas na narração da história, tudo se liga, tudo encaixa. Cada mistério é desvendado no momento certo.

OBS: esta resenha é uma republicação aqui do blog Trilhas Culturais.

"O Tigre" de Blake e a nossa alma

quinta-feira, 23 de outubro de 2014
                            

  
    Tendo em vista a presença do misticismo nas ideologias e nas artes produzidas pelo poeta William Blake, o qual deixou um legado de obras na literatura e nas artes plásticas, é preciso interpretar os seus poemas com um olhar simbólico e espiritual, ultrapassando o sentido meramente literal de cada palavra.
     A figura do animal tigre pode simbolizar muitas coisas, dentre elas: beleza, ferocidade, intensidade, bravura, coragem, instinto, independência, liberdade, orgulho, realeza e astúcia.
     
  Observe a primeira estrofe do poema de Blake denominado "O Tigre":

"Tigre, tigre que flamejas
Nas florestas da noite.
Que mão que olho imortal
Se atreveu a plasmar tua terrível simetria ?"


     Quando Blake menciona tigre, ele não está retratando o animal literalmente, mas o que o animal simboliza. Vejo que, quando Blake se refere ao tigre, ele, na verdade, está se referindo ao próprio ser humano e aos seus instintos animalescos de tigre.

         

     Para o psicólogo Jung, o inconsciente coletivo é repleto de imagens próprias, conceitos que se repetem e "arquétipos". Arquétipos são modelos autônomos presentes no inconsciente coletivo, "personagens" e figuras que servem para representar situações e pessoas ao longo do tempo. Por exemplo, há arquétipo para a figura da morte, de herói, de velho sábio e etc.

    O arquétipo do tigre está vinculado tanto à força bruta quanto à coragem. Sempre nos perguntamos o porquê da existência do mal se Deus é bom. De onde vieram os nossos instintos mais animalescos? De onde vieram nossos instintos de tigre? Será que o instinto é sempre ruim?

"Em que longínquo abismo, em que remotos céus
Ardeu o fogo de teus olhos ?
Sobre que asas se atreveu a ascender ?
Que mão teve a ousadia de capturá-lo ?
Que espada, que astúcia foi capaz de urdir
As fibras do teu coração ?"


           

   O ser humano é um ser dual, construído através do bem e do mal. Quem não aceita sua dualidade e não mergulha no autoconhecimento para descobrir suas virtudes e seus vícios, corre o risco de enlouquecer ou de tornar-se hipócrita, enxergando apenas o mal nos outros, mas nunca reconhecendo a própria sombra interior.
   A partir do momento que eu enxergo o mal em mim, eu passo a ter a consciência da minha própria sombra e posso levar luz a ela. Assim, acabo me transformando numa pessoa melhor e até mais bondosa, pois passo a ter as ferramentas para lapidar os meus vícios e exaltar as minhas virtudes, sendo mais generosa com o próximo e mais solidária na medida em que eu terei a consciência de que não sou melhor ou pior do que ninguém e que os erros dos outros podem ser perdoados, pois eu também poderia errar, eis que tenho em mim tantos vícios.
       Engana-se quem pensar que o processo de iluminação é um caminho para a santidade ou para a opressão dos nossos vícios, como a igreja pregou no passado ao defender a automutilação e o sofrimento para depurar pecados e ao perseguir pessoas consideradas "más" na inquisição com o intuito de enforcar ou queimar tais pessoas. O ser humano, com exceções de raríssimos e especiais seres de altíssima luz, não é capaz de ter santidade. Mas somos capazes de usar ferramentas e de optar pelo bem.
                     
            O caminho da iluminação está em olhar sem medo para o mal e tentar domá-lo, equilibrando a nossa luz e a nossa sombra. Quanto mais se oprime um monstrinho, mais ele cresce. E crescer na inconsciência é perigoso. Os atos maus são frutos da ignorância daquele que nunca conheceu e nunca soube trabalhar o próprio mal. Ao contrário dos animais, Deus deu consciência ao ser humano para que nós tenhamos a capacidade de agir com as ferramentas e ter domínio próprio.

        Nessa imagem, o arcano 11 do tarô, a força, ensina-nos que a verdadeira força está em domar a fera interior, aqui representada por um leão, mas que carrega o mesmo simbolismo do tigre. A moça aparentemente frágil e doce parece ter domínio sobre a boca do leão, e ele a obedece. Ele não vai ataca-la ou atacar outros, mas a sua força será direcionada e trabalhada para o bem e de acordo com a vontade da moça que representa a consciência e a virtude.

   Os grandes males psicológicos provêm da perda da conexão entre inconsciente e consciente. Deste modo, a pessoa se sente frágil, não consegue usar as forças animalescas primárias para se impor, para dizer não quando necessário e para ter força para lutar quando for preciso.

  A nossa alma é como o tigre do poema de Blake que precisa ser domada através da luz da consciência. Para nossa defesa, é necessário que tenhamos garras, mas as garras devem ser usadas para o bem com um propósito elevado. A força de um tigre aliado a um bom coração será capaz de maravilhas, e é preciso ter  fé.

"Tigre, tigre, que flamejas
Nas florestas da noite.
Que mão, que olho imortal
Se atreveu a plasmar tua terrível simetria ?"


  O Grande Arquiteto do Universo conhece todas as simetrias e ele deu ao ser humano consciência. Através da consciência, poderemos usar as ferramentas e lapidar nossos instintos sempre da melhor forma possível.

Abraços,

Taty.

http://tatycasarino.blogspot.com.br/

Como comprar o livro Vingança Mortal

quarta-feira, 22 de outubro de 2014
Para quem conferiu o post anterior sobre a nossa nova autora parceira, segue nesse post os locais para compra de seu livro Vingança Mortal. Escolham a melhor opção e boa leitura!





Diretamente com a autora

Para Blogueiros Preço especial R$20,00 com frete incluso.


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Do Arco da Velha
  Rua Dr. Montaury 1570 Bairro: Centro CEP 95020-190
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Conceito
  R. Madre Verônica, 230, Gramado - RS, 95670-000


  Rua Marquês do Herval, 687 sala 01. Caxias do Sul - RS


***

Versão Digital









Nova autora parceira: Raquel Machado

Nova parceria aqui no blog!!!




A autora parceira é a Raquel Machado que é formada em Ciência da Computação, e participa do mundo das artes desde criança, sendo a literatura uma de suas maiores paixões.

Há anos em meio à blogosfera literária e com histórias sendo escritas em rascunhos, decidiu tirar do baú suas ideias e compartilhar com o mundo.

A autora reside no sul do Brasil, na cidade de Caxias do Sul/RS. Mora com os pais, quatro cachorros e uma estante cheia de livros.


O livro que ela acaba de lançar é Vingança Mortal




Sinopse:

Ao receber uma ligação sobre a morte de sua melhor amiga, Brenda volta a sua cidade natal, Lageado Grande. Lá ela vai ao velório de Nicole, onde encontra seu rosto marcado por facas. Uma dúvida surge: será que realmente foi um acidente como todos falam?

Ao voltar para casa algumas pistas aparecem, e Brenda fica obstinada a investigar a morte de Nicole. Ela decide então voltar as suas raízes. Porém, o tempo parece ter mudado muitas coisas, inclusive as pessoas que ela imaginava conhecer.

Envolvida em uma rede de intrigas, dinheiro, drogas e traição, ela se vê prestes a montar um quebra-cabeça, onde cada peça parece se encaixar com extrema exatidão. E a solução para esse mistério, pode revelar um segredo escondido há muito tempo.


Gostaram da novidade?

Abaixo deixo os links das redes sociais da autora e os links do livro.

E-mail da autora: raquel.machado2014@yahoo.com.br












E para quem ficou curioso em saber como adquirir o livro, aguardem próximo post...

Venda e troca de livros

sábado, 18 de outubro de 2014



Amigos: estou com alguns (muitos) livros para venda e/ou troca. Tirei fotos de todos eles.  Quem estiver interessado em saber quais livros tenho para venda ou troca, envie um e-mail solicitando as fotos para contato.trilhasculturais@gmail.com


Caso vocês tenham livros que querem trocar, já me enviem a listagem de quais são.  Tenho dezenas de livros que quero me desfazer o mais breve possível.


Quem puder, ajude a divulgar este post.

Resenha: Ame o que é Seu

sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Ame o que é Seu



Autor: Emily Giffin
Editora: Novo Conceito
Número de páginas: 310

Sinopse:
"Como amar de verdade a pessoa que está comigo, se não consigo esquecer alguém que ficou no passado?”. O tema deste livro deixa aquela pulga atrás da orelha, te faz imaginar como seria a vida se tivéssemos feitos outras escolhas. Esta é uma história para quem algum dia já se perguntou isso.
Em Ame o que é seu o leitor encontrará a história de uma mulher (Ellen) dividida entre o amor real e aquele fatídico 'E, se'.
O casamento de Ellen e Andy não parece perfeito, ele é perfeito. São inegáveis a profundidade da devoção mútua e o quanto um esperta o melhor do outro. Mas por obra do destino, certa tarde, Ellen revê Leo pela primeira vez em oito anos. Leo, aquele que partiu seu coração sem se explicar, aquele que ela não conseguiu esquecer.
Quando o reaparecimento dele desperta sentimentos há muito adormecidos, Ellen se põe a questionar se sua vida atual é de fato como ela queria que fosse.
O desenrolar da história é contagiante, pois a cada página acontecem novas cenas que é quase impossível abandonar a leitura, ou ... não se colocar em seu lugar."

Minha opinião:
O livro foca no casamento de Ellen e Andy, um casamento perfeito até que Ellen encontra uma ex paixão. Durante todo o livro Ellen e seu ex se encontram e uma sensação de imaginar o que teria acontecido se ela estivesse com ela passa na cabeça da nossa personagem principal.

Achei o livro bom, o tema central - o que podia ter acontecido nas nossas vidas se tomássemos outras decisões - é uma questão tão presente no nosso dia a dia que a leitura do livro flui naturalmente. Não acontecem grandes fatos que deixem nosso coração aos pulos, a forma como a narrativa é feita porém, faz prender nossa atenção.

Não consigo ler um livro de Emily Giffin sem lembrar dos livros de Nicholas Sparks e vice-versa. Claro que cada um tem uma forma bem particular de narrar suas histórias, mas ambos tratam de temas cotidianos em histórias ótimas. Os livros de Emily Giffin me fazem relaxar e pensar nas minhas atitudes diante dos assuntos citados em seus livros. Sempre me coloco no lugar da personagem principal e penso o que eu faria no lugar deles (as). Gosto disso, uma maneira sutil de observar a realidade.

OBS: esta resenha é uma republicação aqui do blog Trilhas Culturais.

William Blake

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

                    

   
      William Blake foi poeta, escritor e artista de obra visionária, criativa e evoluída. Ele nasceu em 28 de Novembro de 1757 em Londres, Inglaterra, e morreu no dia 12 de Agosto de 1827 em Londres, Inglaterra. Os seus poemas refletem misticismo religioso e temas filosóficos e políticos.
      Hoje em dia, William Blake é amplamente reconhecido como um dos mais criativos e visionários talentos artísticos de seu tempo. Ele era profundamente interessado no misticismo e no cristianismo ainda que apresentasse oposição à religião oficializada. As obras que produziu nas artes plásticas e na literatura refletem as suas mais intensas percepções e crenças, visto que era fascinado pelo mundo espiritual desde que teve sua primeira experiência mística aos 10 anos de idade quando viu uma árvore repleta de anjos em Peckham Rye, Londres.
          Sendo assim, Blake costumava dizer que, durante toda a sua vida, presenciava visões desse tipo. Tais visões, muitas vezes, eram a principal fonte de inspiração de suas obras escritas e ilustradas, as quais expressavam intensa espiritualidade.

                       

            
             Blake foi aprendiz do gravador James Basire durante sete anos no período em que estudava na Royal Academy. Casou-se com Catherine Boucher no ano de 1782, tendo a ajuda da esposa na impressão de muitas gravuras. Catherine também era um "pilar" emocional e espiritual para o poeta. Ele publicou a primeira coletâne de poemas, Poetical Sketches, no ano após o casamento. Depois, em 1784, abriu uma gráfica com o irmão Robert.
            Blake continuou o seu trabalho com ilustrações e desenvolveu um novo tipo de gravação em relevo que usou para ilustrar a maior parte de seus textos, entre eles Canções e Inocência e Canções da Experiência.
             Ele publicou as duas obras juntas para que formassem um conjunto de poemas contrastantes, tendo em vista que Canções de Inocência exalta o mundo natural de modo entusiasmado e com um tom até infantil enquanto Canções da Experiência revela um tom sombrio e trata da perda da inocência como uma quase inevitável consequência da vida e da compreensão do adulto. Vale salientar que Canções da Experiência foi uma obra escrita ao fim da Revolução Francesa.
              
                       

             
                   A partir de 1800, Blake trabalhou em Milton, A Poem, e parte do prefácio se transformou no comovente hino Jerusalem e no longo e visionário livro profético Jerusalem, The Emanation of The Giiant Albion.
               Destaca-se que, durante toda a sua vida, Blake se dedicou fortemente à espiritualidade e acreditou firmemente na igualdade racial e sexual, e numa humanidade inclusiva. Rejeitava a religião organizada, sendo que alguns de seus comentários causaram revolta na época. Em vez disso, se concentrava no poder da imaginação.
               As fronteiras criativas de sua mente eram ilimitadas. Sua obra e sua percepção do mundo tiveram enorme influência sobre uma sucessão de escritores, artistas e até cantores.

                       


*Informações da Biografia de William Blake extraídas do livro: 501 Grandes Escritores da Editora Sextante.

*Ilustrações de Blake utilizadas na postagem:
* O Ancião Dos Dias, Aquarela pintada em 1794, representando Deus como o Grande Arquiteto Do Universo.
*A Escada de Jacó, outra ilustração mística de Blake.

Confiram um belo poema de Blake:
*Tradução de Ângelo Monteiro

 O Tigre (título original: The Tiger)

Tigre, tigre que flamejas
Nas florestas da noite.
Que mão que olho imortal
Se atreveu a plasmar tua terrível simetria ?

Em que longínquo abismo, em que remotos céus
Ardeu o fogo de teus olhos ?
Sobre que asas se atreveu a ascender ?
Que mão teve a ousadia de capturá-lo ?
Que espada, que astúcia foi capaz de urdir
As fibras do teu coração ?

E quando teu coração começou a bater,
Que mão, que espantosos pés
Puderam arrancar-te da profunda caverna,
Para trazer-te aqui ?
Que martelo te forjou ? Que cadeia ?
Que bigorna te bateu ? Que poderosa mordaça
Pôde conter teus pavorosos terrores ?

Quando os astros lançaram os seus dardos,
E regaram de lágrimas os céus,
Sorriu Ele ao ver sua criação ?
Quem deu vida ao cordeiro também te criou ?

Tigre, tigre, que flamejas
Nas florestas da noite.
Que mão, que olho imortal
Se atreveu a plasmar tua terrível simetria ?

Ótima semana a todos e até a próxima quinta-feira!

Abraços,

Taty Casarino.

http://tatycasarino.blogspot.com.br/




                          
           
             

Resenha: Laços Inseparáveis

quarta-feira, 15 de outubro de 2014
Laços Inseparáveis



Autora: Emily Giffin
Editora: Novo Conceito
Número de páginas: 445

Sinopse:

"A autora de cinco romances de sucesso, Emily Giffin, lança uma história inesquecível de duas mulheres, as famílias que a fazem ser quem são, e a lealdade e o amor que as ligam. Marian Caldwell é uma produtora de televisão de 36 anos, vivendo seu sonho em Nova York. Com uma carreira bem-sucedida e um relacionamento satisfatório, ela convenceu todo mundo, inclusive si mesma, que sua vida está do jeito que ela deseja. Mas uma noite, Marian atende a porta... para apenas encontrar Kirby Rose, uma garota de 18 anos com a chave para o passado que Marian pensou ter deixado para trás para sempre. Desde o momento que Kirby aparece na sua porta, o mundo perfeitamente construído de Marian — e sua verdadeira identidade — será chacoalhado até o fim, fazendo ressurgir fantasmas e memórias de um caso de amor apaixonado que ameaça tudo para definir quem ela realmente é. Para a precoce e determinada Kirby, o encontro vai provocar um processo de descobrimento que a leva ao começo da vida adulta, forçando-a a reavaliar sua família e seu futuro com uma visão sábia e doce. Enquanto as duas mulheres embarcam em uma jornada para encontrar o que está faltando em suas vidas, cada uma irá reconhecer que o lugar no qual pertencemos normalmente é onde menos esperamos — um lugar que talvez forçamos a esquecer, mas que o coração se lembra eternamente."

Minha opinião:

Eu gosto muito dos livros dessa autora, eles falam de problemas cotidianos de uma forma encantadora. Temas que muitas vezes achamos que não daria uma história, a Emily faz dar.

Aqui a personagem Marian uma pessoa com uma vida profissional bem estabelecida se vê em meio a seu passado, passado que escondeu de todos e que não fazia parte da sua vida perfeita. Kirby: uma adolescente naturalmente rebelde começa a querer respostas para questões nunca dadas a ela.

Gravidez na adolescência, adoção, reencontros, amor de criação, amor "biológico", amores que se constroem, amores que se mantém mesmo diante de tantos mistérios, amores que não eram tão profundos quanto imaginado, temas que são trabalhados nesse livro.

Até onde devemos guardar um segredo? Será que existe idade certa para enfrentar certos imprevistos? Será que devemos pensar mais na gente ou nas consequências de nossos atos para todos que nos rodeiam?

Um livro que fala de temas bem cotidianos, tudo na visão de uma autora talentosa e que eu Fernanda, sou fã de seus livros. Costumo dizer que os livros dessa autora me acalmam, me tiram todo e qualquer estress, sempre são leituras prazerosas e calmas, eu adoro.

OBS: esta resenha é uma republicação aqui do blog Trilhas Culturais.

Resenha: Não Conte a Ninguém

sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Não Conte a Ninguém




Editora: Arqueiro
Número de páginas: 250

Sinopse:
"O Dr. David Beck e sua esposa, Elizabeth, se conheceram ainda crianças, e desde o início souberam que seu amor seria eterno. Todos os anos, no dia do aniversário do primeiro beijo, eles voltavam ao lago Charmaine para gravar mais uma barra no tronco da árvore que tinha suas iniciais inscritas dentro de um coração.

Mas, no 13o. ano, após terem cumprido seu ritual romântico, David e Elizabeth foram brutalmente atacados. Ele foi deixado inconsciente no lago para se afogar e ela, depois de ser sequestrada e ter o rosto marcado com ferro em brasa, foi encontrada morta - supostamente vítima de um serial killer.

Oito anos após a tragédia, David ainda tenta reconstruir sua vida quando recebe um misterioso e-mail com as iniciais dele e da esposa seguidas de 21 barras, uma pergunta que só os dois saberiam responder e um pedido: Não conte a ninguém. Ao acessar o link enviado na mensagem - na hora marcada, "a hora do beijo" -, David é redirecionado para um site onde surge a imagem de uma câmera de rua. Após alguns minutos sem que nada aconteça, Elizabeth aparece na tela e sussurra: "Sinto muito."

Isso acende uma centelha de esperança: de alguma forma e em algum lugar, Elizabeth poderia estar viva. Em sua desesperada busca da verdade, David acaba sendo perseguido por inimigos poderosos. O FBI, após ter encontrado dois corpos no local do suposto assassinato de Elizabeth, passa a vê-lo como o principal suspeito da morte da esposa. Além disso, um milionário e antigo amigo da família Beck, sem nenhum interesse em ver a verdade revelada, contrata um assassino de aluguel para matar David.
Em Não conte a ninguém, Harlan Coben - autor de Confie em mim - constrói uma história envolvente e eletrizante sobre perda e redenção, segredos inconfessáveis e um amor capaz de resisitir a tudo."

Minha opinião:
Sempre li que os livros deste autor eram ótimos e por isso coloquei na listinha de desejados quando fizemos o amigo secreto na Páscoa e fiquei super feliz quando ganhei ele.

Eu que estava lendo um livro atrás do outro da editora Novo Conceito, resolvi dar 1 intervalinho neles e encaixei este da Arqueiro, li rapidinho. Inclusive foi num dia que tirei a tarde para ler e li todo o livro Um Mundo Brilhante, quando terminei ele resolvi pegar e ler um capítulo deste livro aqui da resenha (isso era umas 22 hrs mais ou menos), resultado: li metade do livro...dormi tarde mas não conseguia parar de ler.

O livro é ótimoooo!! A história fala de um crime, a esposa de um médico super querido na cidade onde moram, é assassinada. O Jovem médico (protagonista da história) fica anos e anos sem se envolver com ninguém porque não esquece da esposa, mas algo acontece, e-mails estranhos ele começa a receber, fatos novos acontecem na cidade e quando ele percebe está  na mira da polícia.

A história é uma mistura muito bem dosada de cenas de crime, acontecimentos misteriosos, fatos banais que se transformam em grandes mistérios. Um "nó" desses está ligado no outro de forma intensa  mas muito bem escrita, eu pelo menos, fiquei atenta a cada página, minha atenção ficava cada vez mais presa nessa misteriosa rede de fatos não explicados.

Super indico este livro, pois ele não tem momentos calmos, cada página é recheada de ação, de novas informações. Certamente depois desse livro vou querer ler mais livros desse autor.

OBS: esta resenha é uma republicação aqui do blog Trilhas Culturais.

Victor Hugo

quinta-feira, 9 de outubro de 2014
                       

  
      Victor-Marie Hugo foi um novelista, poeta, dramaturgo, ensaísta, artista, estadista e ativista pelos direitos humanos da França. Nasceu em 26 de Fevereiro de 1802 em Besançon e morreu em 22 de Maio de 1885 em Paris. Ele participou do movimento romântico e também do realista, trabalhando nos gêneros de Drama e Romance. Suas obras mais reconhecidas são Notre-Dame de Paris (O Corcunda de Notre-Dame) e os Miseráveis.
     Seu romance Notre-Dame de Paris foi escrito após uma encomenda, a qual pedia a produção de alguma obra referente a Notre-Dame para conscientizar a preservação desse patrimônio cultural francês. A partir do lançamento em 1831, Notre-Dame de Paris transforma-se no maior romance histórico de Victor Hugo ao definir a sociedade medieval francesa. A narrativa aborda a história do amor altruísta do sineiro corcunda e com deficiência auditiva chamado Quasímodo pela bailarina cigana Esmeralda.
               

     
    Notre-Dame de Paris retrata as "minorias sociais" francesas, ou seja, aqueles grupos sociais oprimidos pela sociedade por não se enquadrarem nos "padrões" de normalidade ditados pelas instituições de poder (igreja, família, escola e etc). Assim, temos os mais diversos personagens oprimidos pela sociedade retratados na obra de Victor Hugo: mendigos, delinquentes, pessoas com necessidades especiais, moradores de rua, ciganos, mulheres e etc.
         É muito interessante notar o poder da igreja naquela época, pois ela perseguia pessoas para condenar na fogueira ou na forca, mas também podia oferecer asilo aos condenados por algum tipo de delito. A forma de julgamento era isenta de procedimento ou direitos humanos, sendo subestimada a busca por provas. Inocentes eram facilmente condenados, pois a tortura obrigava a confissão até mesmo daqueles que não haviam cometido qualquer delito. A perseguição de ciganos também era comum, o que demonstra o absurdo do mal da discriminação que está há tempos na história social.
        Victor Hugo, ao contrário de muitos escritores e artistas do seu período, que só tinham suas obras reconhecidas após a morte, conheceu a glória ainda em vida, sendo um dos escritores franceses mais populares.

Abaixo um belo poema de Victor Hugo:
      

O Homem e A Mulher

O homem é a mais elevada das criaturas;
A mulher é o mais sublime dos ideais.
O homem é o cérebro;
A mulher é o coração.
O cérebro fabrica a luz;
O coração, o AMOR.
A luz fecunda, o amor ressuscita.
O homem é forte pela razão;
A mulher é invencível pelas lágrimas.
A razão convence, as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos;
A mulher, de todos os martírios.
O heroísmo enobrece, o martírio sublima.
O homem é um código;
A mulher é um evangelho.
O código corrige; o evangelho aperfeiçoa.
O homem é um templo; a mulher é o sacrário.
Ante o templo nos descobrimos;
Ante o sacrário nos ajoelhamos.
O homem pensa; a mulher sonha.
Pensar é ter , no crânio, uma larva;
Sonhar é ter , na fronte, uma auréola.
O homem é um oceano; a mulher é um lago.
O oceano tem a pérola que adorna;
O lago, a poesia que deslumbra.
O homem é a águia que voa;
A mulher é o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço;
Cantar é conquistar a alma.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra;
A mulher, onde começa o céu.
Uma ótima semana para todos!
Abraços,
Taty Casarino.
 

Resenha: A Pílula do Amor

A Pílula do Amor



Sinope (retirada da contra-capa do livro):

Esta poderia ser mais uma daquelas histórias em que a protagonista está na faixa dos 30 anos, é bonita, descolada, tem um emprego legal, uma mãe meio rebelde e sonha com um grande amor que de preferência não dê muitos palpites em sua vida. Poderia, se Amanda não contasse com um ingrediente a mais: ela é totalmente, absolutamente, hipocondríaca. Não passa uma semana sem se presentear com uma consulta ao novo especialista da cidade, sejá lá qual for a especialidade.

A chegada de Brian à vida de Amanda bem que poderia dar uma virada de mesa nessa situação, mas ele tem um cachorro, o que inviabiliza qualquer possibilidade de romance. Afinal, Amanda prefere morrer solteira a conviver com os milhares de germes que habitam o corpo daquele animal "selvagem" ...

Minha opinião:

A autora , Drica Pinoti, foi uma de minhas entrevistadas na minha ex-coluna do Bookaholic - confiram aqui - e foi nesta ocasião que eu conheci o trabalho desta autora. E enquanto não comprei A Pilula do Amor para mim, não susseguei, hehe.

Comecei  a ler este livro imaginando algo gostoso de ler, leve e com bastante romance. Terminei de ler ele com a imagem de: um livro muitoooooooo gostoso de ler, leve, engraçado, romantico sim mas sem aquela doçuraaaa excessiva.

Confesso que eu meio que me identifiquei com a personagem, ao mesmo tempo que não me identifiquei...entenderam? Nem eu.

Bom, a personagem Amanda é hipocondriaca (eu não sou, alias sou ao contrário, raramente tomo remédio), mora sozinha (um desejo meu), tem sua vida profissional resolvida (to tentando resolver a minha), mora em Nova Iorque (bem que eu moraria se tivesse oportunidade...olhaa que estou estudando inglês...hehe), tem uma vida sentimental um pouco desastrosa (ai eu sou igual a Amanda) e está nas vésperas de fazer 30 anos (acabei de fazer).

Ela tem uma vida que em nada daria pra reclamar, exceto pelo fato de ser hipocondriaca. E o que me chamou atenção no livro (uma dassss coisas que me chamou atenção) foi que a Amanda sabe que é "biruta por doenças". Quando comecei a ler o livro, imaginei que se aceitar assim, seria um dos desafios da personagem...mas não, ela sabe que tem essa doença, sabe que não é saudável ... mas até o momento que se passa a história, não sabia como se curar. Quer dizer...lá pela finaleira do livro ela meio que ... descobre..ou acha... (não vou contar né...senão não tem graça).

Durante a história Amanda passa por muitas situações de "quase romance", mas nada da certo. Essas passagens já são um festival de risadas a parte (risadas para o leitor e não pra Amanda coitada).  Na história ainda, ela conhece um vizinho muito interessante, que ela lutaaa para não ser diplomática com ele, pelo simples fato do cachorro dele ter mordido ela (se para você isso não é quase nada...lembre que Amanda é hipocondriaca).

Mas chega um momento que ela ... resolve ser amigável com este vizinho (o nível de "amigável" clarooo não vou contar), e apartir daí muita coisa acontece.

Pessoal: livro gostoso de ler, vocês vão se sentir mais levess , mais felizes quando terminarem. Eu, que sempre leio antes de dormir , dava gargalhadas sem querer na cama durante a quase madrugada. A-meiiiiiiiiiiii de paixão este livro.

OBS: esta resenha é uma republicação aqui do blog Trilhas Culturais.

Resenha: Jogando Xadrez com os anjos

terça-feira, 7 de outubro de 2014
Xadrez



Autor: Fabiane Ribeiro
Editora: Multifoco
Número de páginas: 380

Emocionante, forte, lindo...assim é este livro.
A história se baseia na vida de Anny, uma garotinha, filha única de um casal que viajava demais e que só podia ficar com ela aos sábados. Anny ama os pais mais do que tudo na vida, mas devido uns acontecimentos, os pais de Anny resolvem deixá-la na casa de uma vizinha pois eles teriam que se envolver mais ainda no trabalho...

A vida de Anny de contos de fadas se torna uma tragédia, tantas coisas ruins acontecem, tantos  motivos para chorar, se revoltar, não querer mais viver, mas quanto mais dificuldades a vida lhe impõe mais ela encontra motivos para sorrir e acreditar nos sonhos.

Anny, fica na casa dos vizinhos, mais tempo do que imaginou, mais tempo do que os pais falaram que ela ficaria.  Quando vê, ela já é adolescente...e o tempo passa e a personagem nos ensina a cada página a como superar os obstáculos que a vida nos coloca no caminho.

Cada capítulo deste livro é lotado de emoção, confesso...chorei em muitassssss passagens desta história. Anny é mais do que um exemplo de superação, ela é uma inspiração de bondade, força, superação. Pois nem a saudade dos pais que ela tanto ama, pois nem os fatos tristes que acontecem na vida dela, fazem ela cair.

No final, todos ao redor que eram contaminados pelo bixinho do mau humor, da amargura, de certa forma são picados pela imensa luz de Anny, todos são convidados a compartilhar do mundo encantado de Anny.

Livro mais emocionante que li até hoje, lindo demais, emocionante demais, superrr recomendo a leitura.

OBS: esta resenha é uma republicação aqui do blog Trilhas Culturais.

Resenha: Não Deixe o Sol Brilhar em Mim

domingo, 5 de outubro de 2014
Não Deixe o Sol Brilhar em Mim



Autor: Evandro Ribeiro
Editora: Dracaena
Número de páginas: 306

Sinopse:

"Uma História de Vampiros diferente. Dennis é um garoto que se mudou para a casa do tio após a morte dos pais, e lá chegando é maltratado pela tia. Também é perseguido na nova escola por alguns garotos mais velhos. Tudo parecia sem sentido, até que conhece Valquíria, uma estranha e solitária menina da vizinhança. Desse encontro nasce uma amizade sincera, em meio aos anseios da adolescência, paixão, amor, em que cada um preenche o vazio existencial do outro. Porém, as pessoas que perseguem Dennis, começam a ser atacadas violentamente. Valquíria é na verdade um VAMPIRO que precisa de sangue humano para sobreviver. Não Deixe o Sol Brilhar em Mim é uma história de vampiros diferente, em que a fuga da solidão ultrapassa o limite do sobrenatural. "

Este livro me conquistou já pela capa, que acho linda! A sinopse me deixou curiosa e quando eu comecei a ler, fui conquistada a cada capítulo, mais e mais.

A história é centralizada nos personagens Valquiría (a vampira) e Dennis (humano).
O livro começa com Dennis e a morte de seus pais. Dennis mora em João Pessoa e é filho único, e após a morte dos pais ele é enviado para casa de um tio na cidade de Santo André, tio Olavo.

Na nova casa, Dennis não gosta muito da tia, que só o trata bem na frente do marido, porque na verdade ela detestou sua vinda (e entre o Dennis e sua tia tem vários momentos tensos).

Mas as aulas chegam e ele fica feliz por ter seu tempo ocupado agora com o colégio. Mas lá, encontra dois colegas nada legais, dois meninos como ele que se divertem incomodando os outros. Aqui há diversas cenas com Dennis e estes colegas, que não posso contar para não perder a graça da história.

Dennis não se sente feliz, afinal, perdeu os pais, está morando numa casa que não é tãooo bem vindo (detalhe: o tio dele o adoraaa), a tia o tortura falando o quanto está chateada por ele estar ali. Vocês podem pensar: haa mas ele que não dê atenção á ela.  Tudo bem, mas aqui estamos falando de um menino de 14 anos que acabou de perder os pais, que foi obrigado a sair de sua cidade deixando seus amigos para trás e agora está morando de favor na casa do tio.
Além disso, é incomodado no colégio por uns colegas. Ele então começa a caminhar, esta é a saída para ele tentar pensar na vida e encontrar um pouquinho de paz. E numa dessas caminhadas ele chega a uma praça para ler seus gibis favoritos. E nesta praça ele vê pela primeira vez a menina chamada Valquiria.

Valquíria é a vampira da história, mas Dennis nem desconfia do que ela é. Valquiria mora com o irmão Adam, irmão que a protege de todas as formas que pode, inclusive mantendo ela afastada do mundo real, das pessoas.

Mas algo acontece entre ela e Dennis: uma amizade? O primeiro amor? O que eles sabem é que adoram a companhia um do outro.

Porém, de repente Valquiria se vê sozinha devido um acontecimento que não vou contar, hehe. O detalhe aqui é que, ela não sabe se  virar sozinha, já que o irmão fazia tudo por ela. Aí Dennis tem um papel fundamental ajudando em quase tudo, ficando ao lado dela, estando com ela todos os dias a tardinha. Um sentimento lindo surge entre eles e as cenas dos dois são lindas!

Valquiria começa a se sentir mais segura perto de Dennis e ele também se sente assim ao lado dela. "Dois" adolescentes (para entender as aspas em dois, tem que ler o livro...) que se sentem sozinhos no mundo, que se sentem indesejados no mundo , que acabam encontrando na companhia um do outro, a sensação de alegria, de ser feliz.

Mas Valquiria ainda tem seu segredo que ela quer contar a Dennis e ao mesmo tempo, quer esconder. O segredo é revelado sim, de uma forma bem chocante para Dennis.  Ele fica chocado com a verdade, fica na dúvida do que fazer, o que pensar. E apartir daí acontecem os momentos decisivos e tensos da história.

Pessoal: a história é lindaa, eu adorei!! Ao mesmo tempo que tem cenas fortessss, tem cenas lindas entre um casal de adolescentes vivendo seu primeiro amor. Cenas de romance e cenas fortes são bem dosadas, não chegando ao exagero. Os capítulos são bem acabados e não deixam em momento algum o leitor perdido com os fatos. Algumas vezes em alguns capítulos falam de mais de uma...digamos..cena. Mas a ida para outro cenário e a vinda ao cenário que estava sendo comentando é bem feita e bem marcada.

O livro tinha tudo para ser somente "forte", mas a descrição da vida desse casal principal deixa o livro com um toque mais leve, na medida exata.

Livro que super recomendo a leitura! A resenha ficou grande, não reparem pessoal.

OBS: esta resenha é uma republicação aqui do blog Trilhas Culturais.

Lágrimas de uma profana

quinta-feira, 2 de outubro de 2014





Eu nunca soube percorrer equilibradamente
o caminho entre o amanhecer e o entardecer.
Para mim, só há dia e noite,
dor e alegria, lágrima e poesia.

Tudo o que eu mais queria
era o crepúsculo da sabedoria.
Daria o meu ego, a minha ilusão
para beber do teu cálice eterno.

A luz da verdade
ilumina mil flores
que desabrocham coloridas
nos campos da sabedoria.

Minha cegueira é tanta
e hoje a noite e tão estrelada,
que eu posso ver a lua sob os pés de uma rainha
cuja coroa é feita de romãs.

Corta a minha venda,
esse véu que ilude meus olhos
e faça-me respirar o ar da verdade
até que minh'alma se ilumine.

Como um bebê que chora pela primeira vez
quando vê a luz, quando sente a luz,
após tantos meses no conforto da escuridão
de um útero encantado pela lua,
assim é o aprendiz quando deixa de ser profano.

Por que a primeira fase da alquimia
deve ser tão dolorosa como o chumbo?
A cruz de saturno jamais será mais bela
do que a luz dos raios de sol.

Eu sou uma profana que sabe
um pouco mais do que deveria saber,
mas ainda não o suficiente
para abrigar a paz de espírito perpétua.

Quando o meu chumbo será ouro?
Seria o sal das minhas lágrimas
necessário para tal alquimia
assim como a água deve estar no meu sangue?

Eu não consigo mais viver
com esta contradição na alma:
sofrimentos profanos desnecessários,
medos infundados e tanto conhecimento,
conhecimento de luz.

Por que minh'alma ainda sofre
se já conquistou tanta sabedoria?
Por que meus olhos estão ora iluminados
e ora estão novamente vendados?

Sou metade profana
e metade iluminada.
Sou aquela que ainda não atravessou
a porta da câmara de reflexão.

Tenho medo de jamais conseguir
a transmutação plena
ou de deixar meu ouro
sempre cair na terra.

Tudo o que eu mais queria
é a paz perpétua
e a aplicação constante
da sabedoria no dia-a-dia.

Por que choro ainda?
Porque ainda sou profana,
porque ainda não morri dentro de mim
para voar com as borboletas.

Eis as lágrimas de uma profana
regando as esperanças
das doçuras da lua
antes de o chumbo se transformar em sol.
Poesia de Taty Casarino
  Esse poema retrata os desafios e as dificuldades na busca da aplicação do conhecimento, a dualidade da vida, o equilíbrio tão difícil de ser alcançado e a meta de alcançar a evolução espiritual.
Uma excelente semana a todos e até a próxima quinta-feira, pessoal!
Abraços,
Taty Casarino