"Será que eu salguei a Santa Ceia?"

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
       Nunca fui de assistir novelas. Não tenho lá muita paciência para parar por um tempo no meu dia para acompanhar algum programa todo o dia. Não sou disciplinado nem para acompanhar séries na tevê, quanto mais novelas. 
      Ocorre que passei muitos dias com a minha mãe nesse último mês e ela está acompanhando fervorosamente a novela "Amor à Vida". Tanto fervor que ela deixa o capítulo gravando para ver depois. Ela tenta ver no horário certo, mas sempre fica com sono. 
      É inevitável, ao falar da novela, não falar das atuações. O texto deixa muito a desejar, algumas cenas são realmente dispensáveis, o forte dessa novela são seus atores. Vários deles tão bons, que conseguem tirar leite de pedra. Antônio Fagundes é um exemplo. Há vários capítulos César tem sido manipulado friamente por Aline (Vanessa Giácomo, excelente como vilã) e não descobre nada porque está perdidamente apaixonado pela ex-secretária. As cenas de César e Aline, mesmo repetitivas (A frase "onde está a minha procuração?" e semelhantes foram repetidas a exaustão), salvam grande parte dos capítulos. Vários atores estão dando shows, como Thiago Fragoso. 
      O melhor deles, claro, é Mateus Solano.  Seu vilão Félix é nojento e perverso, mas engraçado. Apesar de sabermos as barbáries que ele cometeu no passado, fica impossível não ficar do seu lado. Solano consegue trazer um vilão (que beira o caricato) que rouba todas as cenas das quais participa (e ele está aparecendo cada vez mais). 
       É difícil atravessar algumas cenas, como as de Thales e Natasha, ambos com uma profundidade de uma colher de sopa, sem ficar na expectativa de ver Félix aprontar das suas novamente. 
     Os últimos capítulos nos deram o prazer de ver novamente Lúcia Veríssimo em uma novela das nove, mesmo que não seja protagonista (algo que, eu acho, ela jamais foi). Sua Mariah está correta, simples, mas marcante.
         Algo que me irrita muito, porém, é o bloco de cenas da família de Amadeo (Genézio de Barros). Irmão de Pilar (Susana Vieira), ele é pai de Daniel (Rodrigo Andrade) e Linda (Bruna Linzmeyer). Duas coisas me irritam: a primeira é ver a grande Sandra Corveloni em um papel extremamente secundário e que se repete e se repete e se repete há meses. Outra é a relação de Linda com Rafael (Rainer Cadete), um dos advogados do hospital San Magno. Linda é autista, mas, segundo a novela, é só fazer um pouco de fisioterapia e ir à fonoaudióloga que as coisas podem se resolver. Quem vive dia a dia com um autista sabe que as coisas não são simples assim e quem não vive acha que isso não é um problema, porque não conhece as limitações dos autistas. Além disso, a atuação de Reiner é marcada, não me convence em nenhum momento. 
          Félix e Márcia agora prometem muitas cenas engraçadas!


                                                                                                                                          Ricardo Maciel

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