Trilhas Pelo Mundo 2

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Todo Dia - David Levithan


Olá, hoje venho falar sobre um livro que li recentemente e fiquei impressionada:

Todo Dia



A coluna consiste em variar a nacionalidade dos autores escolhidos nas resenhas. O autor da vez é americano e, mesmo tendo uma infinidade de bons autores e ótimos livros dessa nacionalidade, não pude deixar de falar desse livro que me deixou refletindo por muito tempo após terminar de lê-lo.

Primeiramente vou falar um pouquinho sobre o autor:

David Levithan já é um autor YA (Yang Adult = jovem adulto) conhecido do público e aqui  você encontra a lista de obras dele. As que já estão em português são: Nick e Norah - Uma noite de amor e música em coautoria com Rachel Cohn, Will & Will em coautoria com John Green e o meu queridíssimo Todo Dia. Em breve será lançado no Brasil, pela Galera Record, o livro Two Boys Kissing.
 Ele é norte americano e o seu primeiro livro, que é o Boy meets Boy, foi publicado em 2003. Daí pra frente, só sucesso (ainda que com protestos dos conservadores, já que o tema recorrente dos livros é o homossexualismo e a liberdade do amor). Inclusive Nick e Norah ganhou adaptação em filme.

*Se quiserem podem conferir aqui a carta, escrita pelo David Levithan que a Galera disponibilizou, falando sobre Todo Dia.





Título: Todo Dia
Autor: David Levithan
Editora: Galera record
Tradução: Ana Resende
Páginas: 280
Link do Skoob

Sinopse: Toda manhã, A acorda em um corpo diferente. Não há qualquer aviso sobre quem será ou onde estará em seguida. De menina a menino, rebelde a certinho, tímido a popular, saudável a doente; A precisa se adaptar.
Já se acostumou com isso e até criou algumas regras para si. A primeira: nunca se apegar; segunda: jamais interferir. E tudo corre bem... até que A desperta no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon.
A partir desse momento, as regras pelas quais tem vivido não fazem mais sentido. Porque, finalmente, A encontrou alguém com quem quer ficar; dia após dia, todo dia. Mas como esperar que uma pessoa que sempre viveu uma vida normal possa entender a realidade de A? Ou até mesmo acreditar nela?



Minha Opinião: Primeiramente preciso falar da capa do livro. Ela é linda. Ela é muito mais linda do que parece na imagem, com o título e o nome do autor em relevo e com verniz. Acho que a escolha de manter a capa original foi ótima e parabenizo a editora por isso.
A Diagramação é simples mas muito funcional, com capítulos curtos e letra de um tamanho bom de ler. A revisão quase não apresentou erros, se não me engano só identifiquei um erro e nem consigo mais lembrar qual foi, de tão insignificante. Os capítulos do livro são a contagem dos dias de vida do protagonista (5994 dias = 16 anos). Acompanhamos a vida dele por 40 dias.
A história é super diferente com um protagonista que não tem gênero, corpo, família e não sabe exatamente o que é, apesar de saber quem ele é. A, o nome que deu a si mesmo, é alguém que teve que aceitar a sua condição de vida mesmo sem entendê-la, mas tentando viver da melhor maneira possível dentro de suas condições. Por isso A cria a regra de não interferir na vida das pessoas nas quais acordou, onde ele é hóspede, para não criar problemas para elas (A não acha justo bagunçar a vida de uma pessoa, sendo que só viverá ela por um dia) e para si mesmo, pois se ele gostar da vida da pessoa ou se criar laços com a família, a despedida no fim do dia ficará mais difícil, porque A sabe que não estará no mesmo lugar amanhã.
A narrativa é em primeira pessoa, bem direta e objetiva, como o próprio A. Ainda assim, se você ler, vai marcar um zilhão de quotes, porque o livro está repleto de frases marcantes.  Inclusive a página do facebook da Galera está repleta deles. Roubei alguns pra mostrar durante a resenha.


A trama realmente começa quando A se vê em uma situação inusitada para a sua condição: Apaixona-se. A garota chama-se Rhiannon e é a namorada do corpo (de um garoto) no qual A é hospede nesse dia. Contrariando as suas próprias regras o protagonista tenta viver esse amor. Um ponto altíssimo do A é a honestidade. E, mesmo sendo muito mais fácil Rhiannon acreditar que todo dia um garoto diferente ficaria interessado nela e iria tentar conquistá-la do que acreditar que era o mesmo garoto, porém em corpos diferentes, A resolve lhe dizer a verdade. Em nenhum momento A tenta mentir ou esconder seus sentimentos. Ele se sente culpado por estar interferindo nas vidas alheias que pega emprestadas para encontrar-se com Rhiannon, mas ele é honesto consigo mesmo e com os seus sentimentos.



A é alguém cheio de sensibilidade e o autor consegue passar isso muito bem no livro. A, por ser quem é, sem gênero, não é nada preconceituoso e quando percebe o preconceito nas outras pessoas sente-se mal pois ele, melhor do que ninguém, sabe que todos são iguais e que o amor é universal - ele é algo muito maior que o simples corpo de uma pessoa, é algo que fica na alma e mesmo a pessoa trocando de corpo, o amor vai com ela.
O único pecado do livro, na minha opinião, é ele ser um YA e termos contato com o protagonista de 16 anos. Assim, conforme ele troca de corpo, vemos os dramas de adolescentes de todos os tipos, alguns mais sérios e não só dramas jovens, mas em sua maioria problemas da adolescência. Imagino que um livro sobre o A adulto seria riquíssimo. Mas não se engane, Todo Dia não é nem um pouco bobo. 
A vida de A ainda serve de metáfora para a adolescência, onde as pessoas, muitas vezes, não conseguem se colocar dentro da sociedade e acham que não pertencem a lugar nenhum.


No geral, Todo Dia é um livro ótimo, perfeito pro público adolescente mas com muito valor ainda para os mais velhos (meu caso). Apresenta uma sensibilidade que só alguém que pudesse experimentar uma vida sem rótulos, sem preconceito, sem definição de gênero, poderia ter. É uma leitura altamente recomendada para todos, até aqueles que tem preconceito com relacionamentos fora do heterossexualismo. Esse livro fará você pensar.

Até a próxima,
Fran (skoob).

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