Trilhas Pelo Mundo 4

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Marina - Carlos Ruiz Zafón


Hoje vou falar um pouco sobre Marina, livro que me decepcionou um pouco, porém ainda é uma leitura agradável pelo ambiente criado pelo autor.



Carlos Ruiz Zafón é um escritor espanhol nascido em 1964. Príncipe da Névoa foi seu primeiro romance, já premiado e traduzido para vários idiomas. É considerado uma grande revelação literária desde seu romance com maior número de vendas: A Sombra do Vento. É o autor contemporâneo espanhol mais bem sucedido juntamente com Javier Sierra e Juan Gómez-Jurado. Vive atualmente em Los Angeles, onde escreve roteiros de cinema além de seus romances e colabora com os jornais espanhóis La Vanguardia e El País. Aqui dá pra conferir a lista completa de suas obras.








Título: Marina
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Editora: Suma de Letras
Tradução: Eliana Aguiar
Páginas: 189
Link do Skoob

Sinopse: Neste livro, Zafón constrói um suspense envolvente em que Barcelona é a cidade-personagem, por onde o estudante de internato Óscar Drai, de 15 anos, passa todo o seu tempo livre, andando pelas ruas e se encantando com a arquitetura de seus casarões. É um desses antigos casarões aparentemente abandonados que chama a atenção de Óscar, que logo se aventura a entrar na casa. Lá dentro, o jovem se encanta com o som de uma belíssima voz e por um relógio de bolso quebrado e muito antigo. Mas ele se assusta com uma inesperada presença na sala de estar e foge, assustado, levando o relógio. Dias depois, ao retornar à casa para devolver o objeto roubado, conhece Marina, a jovem de olhos cinzentos que o leva a um cemitério, onde uma mulher coberta por um manto negro visita uma sepultura sem nome, sempre à mesma data, à mesma hora. Os dois passam então a tentar desvendar o mistério que ronda a mulher do cemitério, passando por palacetes e estufas abandonadas, lutando contra manequins vivos e se defrontando com o mesmo símbolo - uma mariposa negra - diversas vezes, nas mais aventurosas situações por entre os cantos remotos de Barcelona.

"Marina me disse um dia que a gente só se lembra daquilo que nunca aconteceu. Ainda ia se passar uma eternidade antes que eu pudesse compreender essas palavras. Mas é melhor começar do início, que nesse caso é o final."

Minha Opinião: É sempre difícil  um livro corresponder às suas expectativas quando elas já estão altas. Foi isso o que aconteceu com Marina, pois esperava ler um livro infantil sobre aventuras que remetessem à minha própria infância - mas me deparei com um protagonista de 15 anos.
Enquanto narra (pois o livro é narrado em primeira pessoa por esse protagonista) a maneira de enxergar as coisas à sua volta, a maneira de se relacionar com as pessoas, tudo remete a uma criança. Isso foi o que mais me incomodou no livro: ter que ficar lembrando que o protagonista é um adolescente, mesmo quando suas atitudes e reações são infantis. Não só o protagonista mas a própria Marina, que também é uma jovem de 15 anos porém poderia muito bem ter 10, a história seria a mesma e, me atrevo a dizer, mais verossímil. Inclusive a capa do livro faria mais sentido, já que obviamente temos uma menininha nela e não uma adolescente.
Outro ponto onde o livro não conseguiu me convencer foi na resolução do mistério envolvendo a mulher do cemitério e os manequins vivos (veja a sinopse). Achei muito interessante a construção deste mistério e a dúvida sobre ser ou não um evento sobrenatural porém o desfecho não me agradou. Esperava que a narrativa me conduzisse por um caminho diferente, mais condizente com o meu gosto pessoal, mas isso não aconteceu.
Claro que o livro não tem só pontos negativos. A escrita do autor é muito bonita e poética e logo na introdução você já fica preso à leitura pois ela termina com a frase:
"Todos temos um segredo trancado a sete chaves no sótão da alma. Este é o meu".
A narrativa é envolvente e nos leva a querer acompanhar as aventuras de Óscar até o fim. 
O fim é a parte mais bonita do livro. A mais bem escrita e retratada, com uma sensibilidade incrível, que fez o livro passar de um livro "mais ou menos" para um livro "bom". Apesar de nos ser dadas pistas óbvias sobre o final e isso ter estragado um pouco a surpresa, ainda assim a maneira como nos foi contado o que aconteceu é muito significante e emocionante. Um autor capaz de descrever algo assim não pode ser ignorado e certamente lerei outros livros dele. Recomendo a leitura a todos, mas principalmente aos mais jovens, talvez não tão atentos aos deslizes do autor, e capazes de mergulhar nesse mundo infantil cheio de imaginação.

Até a próxima,
Fran.

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