Árvore de Avenida

sexta-feira, 11 de outubro de 2013
 
 


Árvore de Avenida x Nossa Vida

 
Existe algo bom no trânsito das grandes cidades, além dos mil e um problemas que eles causam e nos causam, ou que causamos por querermos ir até a esquina de carro, o trânsito na avenida de uma grande cidade pode ser um momento de aprendizado e não apenas um instante em que a gente esquenta os neurônios ou tem ímpetos de raiva.

Quando o seu carro/ônibus/táxi parar no sinal vermelho ou estiver no congestionamento ainda que o sinal esteja verde, procure por uma árvore. Geralmente elas estão sozinhas, com suas raízes sufocadas nas calçadas ou em pequenos grupos, distanciadas umas das outras, numa simetria que remete ao desenvolvimento das metrópoles.Encontrou? Observe-a. Ela balança com o passar dos carros, com o passar do vento, fornece certa sombra no asfalto quente e certa proteção sob a chuva fina, além de dar cor ao que o homem já predominou de cinza (as cidades e até um pouco de si mesmo).

Quando fiz esse exercício de observação, pude concluir que uma árvore de avenida é um dos representantes da nossa flora mais sofridos que podem existir. Veja bem: a função biológica de uma árvore é substituir as impurezas do ar por oxigênio, um trabalho nobre, recolher o que há de ruim no mundo e devolver o que é essencial: o ar que respiramos, ou seja, fornecemos à árvore o que há de pior em nós, no nosso mundo e ela nos devolve gratuitamente a vida que percorre nossos pulmões, dá o melhor de si embora não receba o melhor de nós.

Quantas árvores de avenida recebem por nome Maria, João, José, Clara. Pessoas que para fazer a diferença no meio em que vivem, toleram e filtram a maldade do mundo em atitudes de amor sincero. Quantas árvores de avenida você conhece? Pode haver uma delas plantadas dentro da sua casa, aquela pessoa que faz sombra para as suas dores e não te pede nada em troca, apenas destila a bondade que é inerente ao fato de ser quem ela é.

A árvore de avenida sofre muito, pois trabalha praticamente sozinha: poucas árvores para muita poluição, o fluxo de quem poluí é maior do que o fluxo de quem quer limpar e por isso nossos ares vão ficando pesados, refletem a falta de leveza que trazemos dentro de nós. E quando uma delas cai, só vemos os transtornos eu causaram não o bem que promoveram enquanto estavam firmes e fortes.

Poderíamos fazer um pacto ecológico: vamos ser floresta, vamos reflorestar a aridez da falta de cumplicidade que existe entre nós. Pessoas apressadas, com pouco tempo para doar algo bom se esquecem do grande potencial que existe no ser humano e para ser mais humano há que se aprender muito com a natureza a qual pertencemos (e não o contrário). Vamos trabalhar em conjunto com as árvores de avenida, ampará-las, cuidá-las, nos assemelhando a elas, aprendendo assim a ofertar o melhor que podemos independentemente do contexto em que vivemos.
 
Tenham todos um bom dia e um final de semana arborizado...oooops, abençoado, digo!
 

 
 
 
 
 
 
 


 

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