terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

O que eu aprendi no PEG

Vamos começar falando o que é PEG.

PEG é a sigla para o nome do curso: Programa Especial de Formação de Professores para a Educação Profissional, isso na UFSM, universidade federal da cidade onde moro.

Em 2023, mais precisamente em agosto, eu iniciei este curso, sendo que 2 meses antes eu nem sabia que ele existia, mas graças a minha amiga Juliana, eu soube, fiz a inscrição, a prova de redação para poder ingressar e fui aprovada, eu e minha amiga Ju.


Este curso é basicamente a formação de professores para a educação técnica. Eu amo estudar, aprender e passar o que sei, adoro salas de aulas, presenciais e virtuais e apesar de ser professora nunca ter passado na minha mente, de certa forma eu já estava sendo uma no sentido de eu, na época, já estar dando aulas particulares para quem tem dificuldade em mexer em computadores e celulares. O curso foi para me dar embasamento teórico e também prático.

Amei o curso, que só não concluí ainda porque está me faltando o estágio, no meu canal do Youtube eu já fiz vídeo comentando sobre o terceiro semestre do curso e expliquei o detalhe que me impediu de me formar agora em janeiro.

Mas tirando o que aconteceu no semestre, venho aqui hoje falar do que eu aprendi não só no PEG, mas na UFSM como um todo nestes três semestres que eu já cursei.

O primeiro ponto que quero ressaltar é: sair da zona de conforto. Desde minha formatura na graduação bacharelado, eu não tinha mais feito cursos presenciais, somente online, então meio que fiquei numa zona de conforto de estar em casa atrás do meu computador, longe de muitas interações humanas. O PEG foi presencial, apesar de ter também online, e a Universidade Federal de minha cidade fica um tanto longe de minha casa, tanto que eu vou lá só de carro. Me arrumar, sair de casa, caminhar, conhecer prédios novos, lugares novos, conhecer a UFSM como aluna me abriu a mente e me fez me senti mais leve, despertou mais minha curiosidade, fez eu treinar minha comunicação verbal com desconhecidos pedindo informações, hehehehe, fez eu estar na presença dos meus colegas, pessoas que eu nunca tinha visto na vida, com exceção da Ju, fez eu mexer o corpo que antes estava apenas sentado numa cadeira na frente do computador, fez eu ver o céu, sentir o cheiro das árvores, das flores. Isso só me fez bem.

Outra coisa que me fez fazer foi dirigir bem mais, mas isso foi ótimo, porque adoro dirigir, e descobri que amo dirigir de noite.


Também quebrei medos, vergonhas de falar na frente das pessoas, pois eu ainda tinha, em menor grau do que 10 anos atrás por exemplo, de falar, de apresentar trabalhos na frente de tantas outras pessoas. O falar, perguntar durante a aula (algo que nunca fiz no colégio porque eu sempre fui uma bichinha do mato), o fazer comentários durante a aula, são coisas básicas, mas que anos antes eu tinha muito receio de fazer por timidez mesmo. No PEG quebrei esse bloqueio e por mais que no início não tenha sido muito fácil, eu enfrentei esse bloqueio e hoje me tornei uma pessoa que comenta assuntos que estão sendo falados, me tornei uma pessoa que não tem mais vergonha de perguntar o que não entendeu, e uma pessoa que por mais que dê um frio na barriga, tem coragem de apresentar um trabalho, falar de um tema na frente seja de quem for. Essa foi uma grande barreira quebrada.

Aprendi a me aventurar sozinha no sentido de descobrir lugares sozinha. No início do meu curso, uma querida conhecida minha que é professora lá na UFSM, me levou de carro para fazer um tour pela universidade, algo que amei. Nesse tour eu anotei mentalmente e depois no papel, lugares que eu queria conhecer pessoalmente, com calma. E comecei a fazer isso, na maioria das vezes sozinha. Aos sábados, depois de semanas tentando encontrar onde era, encontrei sozinha a lancheria/restaurante Pitadella, atrás do hospital e lá descobri um pastel maravilhoso de massa caseira, de frango claro, que comecei a comer quase todo sábado, pelo menos nos sábados que eu tinha aula eu ia lá. O café de máquina deles é ótimo, sempre o mocaccino, suco de frutas também uma delícia e na hora de pagar, sempre pegando duas paçoquinhas. E eu ia lá sempre sozinha, depois cheguei a levar uma colega e agora nas férias quando eu fui na universidade, apresentei para minha mãe também.

Além disso, conheci com a Ju, a lancheria do Centro de Tecnologia, o Cosmopolita ; experimentei o melhor peixe que comi na vida no restaurante do entro de Educação Física e Desporto, graças a minha amiga Mariza que foi quem me levou lá; conheci também graças a Mariza, a floricultura da UFSM (lugar que estava na minha lista de desejos de conhecer), vimos morangos e as árvores frutíferas; fiz muitas caminhadas sozinha na pista de caminhada e outro dia nos caminhos alternativos que passa entre os prédios; fui na farmácia que tinha no campus e que logo depois fechou; conheci a loja da grife da UFSM onde comprei 2 adesivos, um caderno que hoje é meu caderno da gratidão (já comprei com essa finalidade), e de Natal ano passado me dei de presente uma caneca, tudo claro, com a marca UFSM, ainda quero comprar um moletom, mas não sei se vou conseguir ($$), amo moletom! Fui várias vezes aos Correios que tem dentro do campus e abri lá uma caixa postal; fui sozinha duas vezes no evento Descubra UFSM, fui na edição de  2023 e 2024 (aqui fui duas vezes, uma sozinha e outra com minha colega Mariza) e no evento de 2024 conversei em alguns stands de cursos que já desejei cursar na minha vida, bem capaz que anos poucos anos atrás eu ia fazer isso...puxar papo em stands por mais que o assunto dali me interessasse; tirei fotos de lá, estudei na biblioteca, peguei livros na biblioteca, fiz muitos lanches e tomei muitos mocaccinos.

Talvez seja bobagem, mas um tempo atrás eu teria vergonha de fazer muitas coisas dessas, por quê? Não sei, por mais que na minha vida adulta eu tenha aprendido a ser menos bichinho do mato, eu trouxe para meus 30 e tantos anos muitas travas, e sei também que essas travas que chegaram junto nos meus 30 anos e agora 40, foram travas bem mais evoluídas, porque quando nova eu era muitoooo tímida. Acredito que agora, nos 40 anos essas e as que ainda me incomodavam quebraram de vez e eu me senti muito livre! Apesar de eu sentir por antecipação dor de barriga e frio no corpo todo ao pensar que terei que dar aula (objeto da minha última etapa do estágio), sei também que graças a quebra dessas travas que eu carregava, vou conseguir chegar na frente de uma turma e dar uma aula, ou as que eu precisar para fechar 30 horas, hehehehe, isso mesmo eu sentindo o coração acelerar e as mãos suarem.



Precisei ter essa transformação toda para que eu pudesse fazer o estágio 3, precisei ir para UFSM para tirar da minha vida o que ainda me limitava em ser quem sou e em conquistar o que quero conquistar.  E além de tudo o que já falei acima, senti que me tornei mais confiante, mais decidida, mais forte, mais leve em ser quem sou. Hoje sei quem sou de verdade, sei o que quero para minha vida (e eu tenho cada ideia! Hehehehe, algumas coisas que quero vão me exigir muito estudo, mas por enquanto estudos no offline), hoje sei que caminhos quero trilhar mesmo que antes eu já soubesse, mas parece que agora tudo ficou mais claro; hoje sei bem meus valores e estou disposta a defendê-los mesmo que as pessoas próximas não pensem da mesma forma.

Eu poderia ficar falando aqui por muito tempo, mas acredito que tenha conseguido passar a essência das transformações que me aconteceu. Por isso serei eternamente grata a mensagem que a Ju me enviou me apresentando o PEG e agradeço a Fernanda aqui por ter tido coragem de enfrentar tantos bloqueios e ter evoluído tanto nesse tempo.


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