Resenha: Sobrevivendo entre lobos

segunda-feira, 12 de julho de 2021


Autor: Bruno Apitz

Editora: Universo dos livros

Número de páginas: 464

Skoob

Em fins de março de 1945, a organização comunista secreta do campo de concentração de Buchenwald é abalada pela chegada de um garotinho de apenas três anos, trazido dentro da mala de um judeu polonês. Agora, Bochow, Krämer, Höfel, Pippig e seus camaradas do Comitê Internacional do Campo precisam enfrentar um dilema cruel - e também as consequências de suas escolhas.

Qual seria, então, a opção mais sensata: esconder a criança, arriscando todo o grupo ou enviá-la no próximo comboio com destino à morte iminente? Esse é o emocionante relato de uma história eletrizante e humana ambientada na dura realidade da Segunda Guerra Mundial.


Informações sobre o original

A primeira publicação do livro, em 1958, causou comoção intensa e rapidamente esgotou os estoques de exemplares impressos. Em razão da turbulência política que permeava a época da primeira edição e da clara intenção de Bruno Apitz quanto a retratar a vida no campo de concentração de forma deveras impiedosa, deu-se início uma série de polêmicas acerca da obra.

Apesar da situação conflituosa, a narração foi adaptada para a televisão da Alemanha oriental em 1960; transformada em um filme homônimo pelo diretor Frank Beyer, em 1963; e em 2015, adaptada novamente para a televisão, sob o mesmo título, mas dessa vez pelo diretor Philipp Kadelbach, consagrando-se uma vez mais como símbolo da resistência antifascista.

Nesta nova edição, a Universo dos Livros relança o fenômeno literário mundial incluindo os trechos que haviam sido censurados em edições anteriores.


Este livro estava na minha meta de leitura de 2021, eu li e ao mesmo tempo que reconheço que é um ótimo livro, não consigo não sentir dor nas linhas dessa narrativa. 

É angustiante ler sobre os detalhes do campo de concentração, como era organizado, como funcionava, o que os homens ali presos passavam. Com o decorrer da leitura, o coração fica apertado quando uma criança chega escondida nesse terrível lugar, a sorte é que ela encontrou pessoas do bem, pessoas que sim pensavam na própria sobrevivência e em alguns momentos questionaram suas decisões de proteger tal ser tão pequeno mas, o espírito da bondade é o que prevalecia dentro deles, para sorte do garotinho. 

Quantas vezes essa criança foi quase descoberta, e o que foi preciso para mantê-la em segredo, o desespero de quem a levou lá para dentro, e a revolta dos superiores quando descobriram que havia uma criança entre eles. 

É chocante ler sobre tamanha crueldade de seres humanos para com seres humanos, é dolorido ver que pessoas torturavam pessoas, mas é mais desesperador pensar que, embora a gente viva num país livre e democrático, sabemos que a crueldade ainda existe, que torturas ainda acontecem e pessoas ainda são mantidas presas em muitos lugares, e isso tudo fica "camuflado" numa sociedade com mil e um atrativos. 

Ao ler esse livro me deparei com reflexões a cerca do valor da liberdade para fazer coisas simples do dia a dia, com o valor de ir e vir, com o valor que muitas vezes não atribuímos às nossas "simples" vidas.

O livro é forte sim, é tenso, é triste, mas recomendo a leitura pois ele esclarece, informa, e nos tira as vendas dos olhos para uma época da história mundial que não podemos deixar que se repita.



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