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sábado, 27 de dezembro de 2014

Resenha: Um Mundo Brilhante

Um Mundo Brilhante




Autor: T. Greenwood
Editora: Novo Conceito
Número de páginas: 336

Sinopse:
"Quando o professor Ben Bailey sai de casa para pegar o jornal e apreciar a primeira neve do ano, ele encontra um jovem caído e testemunha os últimos instantes de sua vida. Ao conhecer a irmã do rapaz, Ben se convence de que ele foi vítima de um crime de ódio e se propõe a ajudá-la a provar que se tratou de um assassinato.

Sem perceber, Ben inicia uma jornada que o leva a descobrir quem realmente é, e o que deseja da vida. Seu futuro, cuidadosamente traçado, torna-se incerto, pois ele passa a questionar tudo à sua volta, desde o emprego como professor de História, até o relacionamento com sua noiva. Quando a conheceu, Ben tinha ficado impressionado com seu otimismo e sua autoconfiança. Com o tempo, porém, ela apenas reforçava nele a sensação de solidão que o fazia relembrar sua infância problemática.

Essa procura pelas respostas o deixará dividido entre a responsabilidade e a felicidade, entre seu futuro há muito planejado e as escolhas que podem libertá-lo da delicada teia de mentiras que ele construiu.

Esta, enfim, é uma história fascinante sobre o que devemos às pessoas, o que devemos a nós mesmos e o preço das decisões que tomamos."

Minha opinião:
Começo elogiando a capa, achei ela muito linda e já imaginei um livro com uma história que ia entrar para minha lista de favoritos.

A história fala de um casal que não estava vivendo, como posso dizer.... "num mar de rosas". Eles moram numa cidade onde a neve é uma de suas principais características, quando de repente, Ben Bailey (protagonista da história) encontra um rapaz morto na frente de sua casa...na neve. Apartir esse fato se desdobra em vários outros acontecimentos, com várias pessoas, com várias mentiras. Esse "simples" acontecimento, faz Ben se aproximar de pessoas que não conhecia e que acabou ficando muito próximo, faz com que ele se envolva em acontecimentos perigosos afim de descobrir quem matou o rapaz.

Não tenho muito mais o que falar do livro a não ser que ele se trata totalmente da investigação que o personagem principal faz sozinho a respeito da morte do rapaz que encontra na frente de sua casa, mas é um livro que envolve uma investigação de maneira que não choca muito, que não faz a gente "grudar"  muito na narração.

Confesso que esperava muito mais do livro, não digo que foi ruim, mas achei fraco...a história não me conquistou muito.  Mas mesmo assim, é um bom livro.

OBS: esta resenha é uma republicação aqui do blog Trilhas Culturais.


quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Poema de Natal

Para isso somos feitos:
Para a esperança no milagre
(Versos de Poema de Natal de Vinicius de Moraes)




   Poema de Natal 

Para isso somos feitos:
Para lembrar e ser lembrados, 
Para chorar e fazer chorar,
Para enterrar os nossos mortos...
Por isso temos braços longos para os adeuses, 
Mãos para colher o que foi dado,
dedos para cavar a terra.

Assim será a nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer, 
Uma estrela a se apagar na treva,
Um caminho entre dois túmulos...
Por isso precisamos velar,
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio. 

Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço, 
Um verso, talvez, de amor,
Uma prece por quem se vai...
Mas, que essa hora não esqueça
E, por ela, os nossos corações 
Se deixem, graves e simples.

Pois, para isso somos feitos:
Para a esperança no milagre,
Para a participação da poesia,
Para ver a face da morte.
De repente,  nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas,
Nascemos imensamente.

Vinicius de Moraes


   Desejo a todos um natal repleto de harmonia, paz e amor! Que a lembrança do nascimento de Cristo possa florescer em nossos corações a força da virtude, e que os obstáculos da vida nunca sejam capazes de oprimir nossos sonhos e nossas esperanças! Sonhem, sonhem muito, e trabalhem pela esperança de um mundo melhor. Se cada um fizer a sua parte, a vida a cada dia será melhor a todos nós!

Abraços, 

Taty Casarino. 

http://tatycasarino.blogspot.com.br/

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Feliz Natal !!



Natal....

Época de reencontrar os amigos, reunir a família, fazer algo que esquecemos durante quase todo o ano: ir ao encontro de pessoas importantes para nós, valorizar a união, estar reunido com aqueles que fazem parte de nossa vida desde sempre: família!!!

Desejo à todos que a partir desse ano, possamos estar com nossas famílias não somente no Natal, mas que a gente reserve na agenda pelo menos um diazinho em cada mês para visitar ou mesmo telefonar para nossos parentes e amigos. 

A vida não é só trabalho e estudos, a vida é feita de momentos bons com quem gostamos. 

Vamos fazer valer essa união sempre!! E que hoje possamos lutar com força para que a paz seja mantida no ambiente em que estivermos, e caso algum problema queira tomar conta do ar, que sejamos nós a mandar para bem longe e chamar a alegria, os sorrisos. 

Excelente Natal de muita luz para todos!!!
Eu e a Taty Casarino mandamos abraços cheios de carinho para todos!!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Les Fleurs Du mal

                                 



       Les Fleurs Du Mal (As Flores Do Mal) é um livro de poemas escrito pelo poeta e crítico francês Charles Baudelaire e é considerado, na história da poesia, um marco da poesia moderna e simbolista. Os temas abordados pelo seus poemas são: a queda, a expulsão do paraíso, o amor, a morte, o erotismo, o exílio e o tédio. Os versos não se preocupam com discussões de teor político, narrativas, filosofias, ideais nobres ou lendas. Eles são densos e cheios de um fascínio (obscuro) e de um simbolismo sem pudor.
     Charles Baudelaire marcou as últimas décadas do século XIX, influenciando a poesia internacional de tendência simbolistas. A partir dele, originaram-se na França os poetas "malditos". Baudelaire inventou uma nova estratégia de linguagem, incorporando a matéria da realidade grotesca à linguagem sublimada do Romantismo, o que foi a base para a criação da poesia moderna.
        A obra-prima do poeta é "As Flores Do Mal", cujos poemas são de 1841. Em sua época, Baudelaire foi julgado imoral e o livro levantou polêmica e despertou hostilidades na imprensa. Assim, o poeta e seu editor foram processados e, além de pagar multa, tiveram de reimprimir a obra e excluir alguns poemas da primeira edição.

                  

         
            Na edição de Martin Claret de 2011, há disponível aos leitores brasileiros a versão completa de As Flores Do Mal, com os poemas censurados e os incluídos posteriormente. A primorosa tradução é de  Mário Laranjeira, professor de literatura da Universidade de São Paulo (USP).
           A nova tradução de "Les Fleurs Du Mal" surgiu num momento único na história, tendo em vista que, em 2011, houve a comemoração dos 150 anos da segunda edição deste livro poético de Baudelaire, publicado primeiramente em 1857.
             A vida boêmia e as dificuldades financeiras não impediram Baudelaire de deixar seu rico legado na história da poesia e da literatura. Seus escritos de crítica de arte e crítica literária contribuíram decisivamente para o desenvolvimento do conceito de "modernidade", termo que foi, inclusive, inventado pelo poeta.

Confiram um dos poemas mais famosos de Baudelaire, "O Albatroz":

L' ALBATROS

Souvent, pour s'amuser, les hommes d'équipage
Prennent des albatros, vastes oiseaux des mers,
Qui suivent, indolents compagnons de voyage,
Le navire glissant sur les gouffres amers.

A peine les ont-ils déposés sur les planches,
Que ces rois de l'azur, maladroits et honteux,
Laissent piteusement leurs grandes ailes blanches
Comme des avirons traîner à côté d'eux.

Ce voyageur ailé, comme il est gauche et veule!
Lui, naguère si beau, qu'il est comique et laid!
L'un agace son bec avec un brûle-gueule,
L'autre mime, en boitant, l'infirme qui volait!

Le Poète est semblable au prince des nuées
Qui hante la tempête et se rit de l'archer;
Exilé sur le sol au milieu des huées,
Ses ailes de géant l'empêchent de marcher.


O ALBATROZ
Às vezes, por prazer, os homens da equipagem
Pegam um albatroz, imensa ave dos mares,
Que acompanha, indolente parceiro de viagem,
O navio a singrar por glaucos patamares.

Tão logo o estendem sobre as tábuas do convés,
O monarca do azul, canhestro e envergonhado,
Deixa pender, qual par de remos junto aos pés,
As asas em que fulge um branco imaculado.

Antes tão belo, como é feio na desgraça
Esse viajante agora flácido e acanhado!
Um, com o cachimbo, lhe enche o bico de fumaça,
Outro, a coxear, imita o enfermo outrora alado!

O Poeta se compara ao príncipe da altura
Que enfrenta os vendavais e ri da seta no ar;
Exilado no chão, em meio à turba obscura,
As asas de gigante impedem-no de andar.
(Tradução de Ivan Junqueira)

Ótimo fim de semana a todos!

Abraços,

Taty Casarino.
          

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Álvares de Azevedo

                                     



     Álvares de Azevedo nasceu em 1831 em São Paulo e é considerado integrante do Romantismo brasileiro, já que o poeta personificou de forma intensa o espírito que guiava tal escola, tornando-se um dos principais expoentes da geração denominada "Mal do século". Para este poeta e seus contemporâneos, eram necessários o sofrimento advindo das paixões, as lágrimas dos amores impossíveis, a desilusão e a morte precoce como libertação da prisão do corpo à realidade que não permite os sonhos.
      A obsessão de Álvares de Azevedo pela temática da morte começou na infância quando sofreu a perda do irmão mais novo aos quatro anos de idade. Desde então, segundo biógrafos, o menino e futuro poeta jamais conseguiu ser o mesmo, pois adoeceu e entrou em um profundo estado de melancolia, ocasionando a sua saúde frágil.
     Sua frágil constituição física não impediu que seus dons intelectuais começassem a florescer, e ele conseguia se destacar como um aluno de raro brilho desde os primeiros anos de colégio. Como estudante de Direito, destacou-se mais do que qualquer outro em seu tempo, visto que, além de aprender com facilidade, era muito interessado pelo estudo e lia  de forma assídua grandes mestres da filosofia e da literatura.
     Além do raro brilho intelectual, seu talento poético pode ser considerado genial, tendo em vista que o poeta escreve toda a sua obra dos dezessete aos vinte anos. Muito embora Álvares de Azevedo não costumasse frequentar a esfera boêmia de seu tempo, foi essa mesma esfera o maior motivo de inspiração para o jovem escritor influenciado por Byron, Shelley, Keats, Musset, Poe e outros grandes nomes do Mal do Século.
            

     

       Sendo assim, o poeta brasileiro destacou-se por versar sobre o pessimismo, o tédio e a morte. Os versos de amor revelavam também o medo do inatingível, pois retratavam a mulher quase sempre como bela, pura, idealizada e distante. Sabe-se que o poeta brasileiro também teve influência do poeta francês Alphonse de Lamartine cuja poesia era caraterizada pela profunda melancolia, retratando, muitas vezes, o amor e a religião.

      No prefácio da "Lira dos Vinte Anos" de Álvares de Azevedo, nós nos deparamos com uma frase de Lamartine: "Dieu, amour et poésie sont les trois mots que je voudrais seuls graver sur ma pierre, si je mérite une pierre." Tradução: "Deus, amor e poesia são as três únicas palavras que eu gostaria de escrever sobre a minha lápide, se eu merecer uma lápide."


           


 
    A morte do poeta romântico brasileiro assim como a da maioria dos poetas do Mal do Século foi precoce: aos vinte anos e meio após cair de um cavalo e ter como resultado um tumor na fossa ilíaca. O maior poeta da segunda geração romântica deixou uma obra inédita e muito singular, a qual seria publicada posteriormente: "Lira dos Vinte Anos", "Noite na Taverna, Macário", "O Conde Lopo", "O Poema do Frade", "Livro de Fra Gondiciário".

    Segue abaixo um poema de Álvares de Azevedo encontrado em "Lira dos Vinte Anos"

Sonhando


Sufoco nos lábios os hálitos meus!
Não corras na areia,
Não corras assim!
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!

A praia é tão longa! e a onda bravia
As roupas de gaza te molha de escuma...
De noite, aos serenos, a areia é tão fria...
Tão úmido o vento que os ares perfuma!
És tão doentia...
Não corras assim...
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!

A brisa teus negros cabelos soltou,
O orvalho da face te esfria o suor,
Teus seios palpitam — a brisa os roçou,
Beijou-os, suspira, desmaia de amor!
Teu pé tropeçou...
Não corras assim...
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!

E o pálido mimo da minha paixão
Num longo soluço tremeu e parou,
Sentou-se na praia, sozinha no chão,
A mão regelada no colo pousou!
Que tens, coração
Que tremes assim?
Cansaste, donzela?
Tem pena de mim!

Deitou-se na areia que a vaga molhou.
Imóvel e branca na praia dormia;
Mas nem os seus olhos o sono fechou
E nem o seu colo de neve tremia...
O seio gelou?...

Não durmas assim!
O pálida fria,
Tem pena de mim!


Dormia: — na fronte que níveo suar...
Que mão regelada no lânguido peito...
Não era mais alvo seu leito do mar,
Não era mais frio seu gélido leito!
Nem um ressonar...
Não durmas assim...
O pálida fria,
Tem pena de mim!


Aqui no meu peito vem antes sonhar
Nos longos suspiros do meu coração:
Eu quero em meus lábios teu seio aquentar,
Teu colo, essas faces, e a gélida mão...
Não durmas no mar!
Não durmas assim.
Estátua sem vida,
Tem pena de mim!


E a vaga crescia seu corpo banhando,
As cândidas formas movendo de leve!
E eu vi-a suave nas águas boiando
Com soltos cabelos nas roupas de neve!
Nas vagas sonhando
Não durmas assim...
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!


E a imagem da virgem nas águas do mar
Brilhava tão branca no límpido véu...
Nem mais transparente luzia o luar
No ambiente sem nuvens da noite do céu!
Nas águas do mar
Não durmas assim...
Não morras, donzela,
Espera por mim!

Álvares de Azevedo




Uma ótima semana e até a próxima quinta-feira, pessoal!

Abraços,

Taty Casarino.

http://tatycasarino.blogspot.com.br/