Lampião de Eva

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015


Sob os véus de Ísis,

pobres profanos cegos,

lutando pelo vil metal

e queimando suas doces

e verdadeiras esmeraldas.

 

Culpe minha alma de mulher

pelos pecados que sempre foram seus,

sua vontade de matar,

sua sede de vingança.

 

Eu não posso mudar quem você é, homem,

se não me permitir ser mulher.

Enviada por Deus com o propósito

de trabalhar ao seu lado

e ajuda-lo a evoluir.

 

O homem, no entanto, só sabe o pecado,

colocar a culpa na mulher

e cada vez mais oprimir.

 

Culpe-me pelo sangue em suas veias,

culpe-me por sua libido ilimitada,

culpe-me pela vontade de matar.

 

Diga que eu lhe ofereci

a maça mais proibida,

risque o meu nome da bíblia,

e queime meu corpo culpado

na esperança de queimar o seu pecado.

 

A minha graça é ameaça

para a sua guerra, desgraça.

A minha beleza é a culpada

por despertar sua força vil,

violentadora e ingrata.

 

Abra o seu coração,

permita-me ser seu Santo Graal,

ame incondicionalmente como Cristo,

aceite a sua tábua de Esmeralda

como Hermes Trismegisto.

 

Deixe minha doçura penetrar em seu coração,

aceite a Bela, amanse o leão, domine a Fera,

isto não lhe deixará menos macho,

só lhe deixará mais homem,

homem verdadeiramente equilibrado.

 

O fogo, a terra, a água e o ar,

o sal, o enxofre, o mercúrio e o ouro,

o tesouro do alquimista eleito

é o equilíbrio perfeito.

 

Somos todos pedras brutas

a caminho da evolução.

Somos todos arquitetos

da nossa vida em ação.

 

Figura a terra com ternura

cheia de sal e também doçura.

O próprio Cristo disse:

"Vós sois o sal na Terra".

 

Doce Eva, espírito imaculado

não quer mostrar-lhe o pecado,

mas tão-somente o seu caminho,

o seu cajado e o seu lampião.

 

Tatyana Casarino.
 
Este poema ilustra a sabedoria da mulher, a qual foi oprimida e oculta durante séculos.

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